sábado, 15 de setembro de 2007

SERMÃO DE AMANHÃ

ORANDO NO ESPÍRITO DO EVANGELHO
LUCAS 11: 1-4


INTRODUÇÃO
Como o homem deve se aproximar diante de Deus através da oração? Esta é a grande questão que é tratada pelo Senhor Jesus Cristo nesta passagem. Sendo assim, o que o nosso amado Salvador tenciona fazer é mostrar o conteúdo da oração daquele que ora de acordo com a vontade de Deus. Os seres humanos, em geral, oram. Não é só privilégio dos cristãos fazer orações a Deus. Porém, é evidente que pessoas podem fazer os tipos mais diferentes de oração. Muitas, profundamente egoístas e reveladoras de um conceito bastante pobre de Deus. Na chamada oração do Pai Nosso nos deparamos com o conteúdo da oração verdadeira. A oração que flui do coração do evangelho. Aquela que agrada a Deus e representa a expressão humana de tudo aquilo que Deus quer dar para os seus amados filhos.

Nesta seção gloriosa do Evangelho de Lucas, Cristo retrata a comunhão do homem com o seu Criador na sua mais verdadeira e bela expressão. Aqui vemos o crente de joelhos na presença do seu Deus. O Senhor Jesus retrata Deus como é e o homem como deve ser. Tudo o que ele tenciona fazer e ajudar o homem na sua súplica a saber quem é Deus e como o homem deve ser. Trata-se de uma passagem profundamente reveladora do caráter de Deus e do homem santo.

DOUTRINA: DEUS QUER QUE NOSSAS ORAÇÕES SE AJUSTEM À REVELAÇÃO QUE ELE FAZ DE SI MESMO NO EVANGELHO DO SEU FILHO JESUS CRISTO.

PERGUNTA CHAVE: QUANDO ORAMOS SEGUNDO A REVELAÇÃO DO EVANGELHO?

1. ORAMOS SEGUNDO O EVANGELHO QUANDO NOS APROXIMAMOS DE DEUS TAL COMO UM FILHO SE APROXIMA DO SEU PAI.
Cristo veio para tirar a fobia de Deus do coração do homem. O ser humano sem a revelação do evangelho crê enquanto treme, pois ninguém conhece Deus como Pai, na plenitude do significado divino dessa paternidade, a não ser que o conheça através de Cristo.

O Deus que Cristo revela é bom. Quer que nos aproximemos dele com confiança e como quem sabe que está diante daquele que mais o ama no universo.

Deus, portanto, é apresentado como alguém que tem prazer em ver seus filhos se relacionando com ele absolutamente seguros do seu amor. O Deus cristão gosta de ser chamado de Pai.

2. ORAMOS SEGUNDO O EVANGELHO QUANDO EM NOSSA ORAÇÃO EXPRESSAMOS INTERESSE PELA GLÓRIA DE DEUS.
Deus não pode crescer em nenhum dos seus atributos. Ele é perfeito em todas as suas virtudes. Pedir para que o nome de Deus seja santificado, por motivos óbvios, não significa suplicar para que Deus cresça em santidade. O problema reside no fato de que nem todos têm o nome de Deus como santo. Milhares não se relacionam com o nome de Deus movidos por encanto, assombro, amor e louvor.

O seu nome é a revelação que Deus fez de si mesmo a nós. Trata-se, entre outras coisas, da revelação das suas perfeições. Esse nome revela um Deus absolutamente amável. Por que Deus é amável? Ele é amável por ser infinitamente santo. Sua infinidade qualifica todas as suas virtudes. Significa dizer que nenhum dos seus atributos sofre qualquer espécie de limitação. O mais encantador e assombroso, contudo, é o fato de Ele ser infinitamente santo. Apartado do mal moral. Os seus atributos morais são justamente a causa maior do seu caráter amável ou da sua amabilidade. Na sua santidade Deus abomina o mal, expressa sua vontade reta aos homens e vindica sua santidade julgando os que se recusam viver a vida que Deus vive.

Sua santidade reside acima de tudo no amor que Deus tem pelo seu santo nome. Por amar sua excelências, Deus age sempre de modo consistente consigo mesmo. Jamais pode negar-se a si mesmo - deixar de agir de uma maneira que não seja consistente com a sua santidade.

O homem santo quando ora, manifesta a dor do seu coração, por ver tantas pessoas menosprezando o nome do ser mais amável do universo.

3. ORAMOS SEGUNDO O EVANGELHO QUANDO EXPRESSAMOS INTERESSE PELO CUMPRIMENTO DA VONTADE DE DEUS EM TODO O UNIVERSO.
Há uma preocupação com a glória de Deus – “santificado seja o teu nome”. Porém, orar de acordo com a revelação do evangelho é expressar preocupação com o nome de Deus e a sua vontade. “Venha o teu reino” significa suplicar a Deus pelo cumprimento pleno da sua vontade na vida de suas criaturas. É a percepção de que ser tão amável assim, deve reinar sobre tudo e todos para todo sempre. É uma expressão de confiança profunda. É a firme convicção que o curso completo da história está em boas mãos.

Aqui vemos o reconhecimento de que há um plano eterno em andamento na história. Está espécie de Deus jamais criaria as coisas e os seres racionais sem um plano. O crente anela pelo desdobrar deste plano santo, sábio e infalível. É inimaginável, um homem que conheceu a Deus e o evangelho do seu Filho, não expressar este tipo de preocupação.

4. ORAMOS SEGUNDO O EVANGELHO QUANDO EXPRESSAMOS NA PRESENÇA DE DEUS, COM CONFIANÇA NO SEU CUIDADO PROVIDENTE, NOSSAS REAIS NECESSIDADES NESTE MUNDO CAÍDO.
O Deus a quem o Senhor Jesus chama de Pai, é um Deus interessado no suprimento das necessidades fundamentais dos seus amados filhos neste mundo caído. São três as necessidades que o Senhor Jesus expressa:

Em primeiro lugar, devemos orar como quem sabe que Deus tem interesse no suprimento das nossas necessidades físicas: “O pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia”. Deus decretou criar o homem para uma vida de dependência diária. Por que foi assim? Certamente para que jamais nos sentíssemos inclinados à auto-suficiência. Deus dispôs as coisas de uma tal maneira que só conseguimos descansar pela fé. O evangelho, contudo, nos ensina que não precisamos viver ansiosos, pois Deus é o Deus da providência: “... dá-nos de dia em dia”.

Em segundo lugar, devemos orar como quem sabe que Deus tem interesse em nos dar alívio de todo fardo de culpa: “... perdoa-nos os nossos pecados...”. Que fardo é a culpa! O Senhor Jesus nos ensina nesta oração evangélica (a oração que brota do espírito do evangelho) que o Pai é obcecado pela idéia de nos ofertar perdão. Este perdão, no entanto, impõe uma obrigação moral: “... pois também nós perdoamos a todo o que nos deve”. Trata-se de uma oração que nos conduz a cura das nossas relações humanas a partir da compreensão de que é impossível um ser humano ter a experiência do amor perdoador de Deus e não manifestar nas suas relações pessoais o mesmo tipo de tratamento gracioso.

Em terceiro lugar, devemos orar como quem sabe que Deus tem interesse em impedir que sejamos derrubados pela tentação. Quanta graça! Todo este amor e acesso através da oração é revelado a seres tentáveis. Homens e mulheres que podem ouvir o diabo e duvidar de ser tão amável. Mas, esta é uma realidade. Neste mundo caído estamos sujeitos a negar o amor, a seguir a mentira e atentar contra a nossa própria vida julgando que estamos fazendo o melhor para a obtenção da nossa felicidade.

O suprimento das necessidades integrais do homem é o que Cristo nos promete nesta passagem.

APLICAÇÃO

1. PROCURE COMEÇAR SUAS ORAÇÕES NÃO COM OS SEUS PROBLEMAS, MAS COM MEDITAÇÃO E LOUVOR.
A primeira coisa a fazer é chamá-lo de Pai. Fique algum tempo aí antes de avançar. Deixe o sentido desta palavra ganhar corpo em seu coração. E adore. Assim, você dará a Deus a honra que lhe é devida e verá seus problemas na peerspectiva correta.

2. FAÇA UMA AVALIAÇÃO DA ESPÉCIE DE DEUS A QUEM VOCÊ ORA.
Não ore como os pagãos. Você é crente. Foi levado a crer em certas coisas. Ore ao Deus excelente que Cristo revelou. Não permita que sua oração se torne medíocre e incerta por causa do tipo de Deus em que você foi levado a crer.

3. EXPRESSE NA SUA SÚPLICA PREOCUPAÇÃO PELA CAUSA DE CRISTO.
Ore para que o nome de Deus seja santificado e que o Seu reino venha. Que haja um toque de indignação na sua súplica. Que você expresse agonia na presença de Deus por viver num mundo onde pessoas não amam a fonte de tudo o que é belo, santo e bom.

4. SUPLIQUE POR AQUILO QUE DE FATO VOCÊ PRECISA.
Você precisa de pão, perdão e proteção. Seu corpo precisa de alimento, sua alma precisa de perdão e seu coração precisa de proteção. Caso contrário, seu corpo perecerá, sua comunhão com Deus será rompida e seu coração seguirá ao que é perverso. Não gaste tempo com tolices. Que sua oração esteja à altura das suas reais necessidades.

5. TRATE DE SER UMA PESSOA DE ORAÇÃO.
Conhecer o conteúdo dessa oração, com todas as suas promessas e a revelação deste Deus tão amável e não orar, é uma completa contradição.

CONCLUSÃO
Na oração do Pai Nosso o Senhor Jesus não apenas nos ensina a orar, mas revela quem Deus é e quem somos. Que oremos à luz desta revelação. Em orando assim, oraremos como quem sabe quem Deus é e o homem como é e deve ser.

Antônio Carlos Costa
Igreja Presbiteriana da Barra da Tijuca
Rio, 15 de setembro de 2007

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