quinta-feira, 9 de agosto de 2007

BLADE RUNNER E AS PERGUNTAS QUE VOCÊ SE ESQUECEU DE FAZER (OU AS RESPOSTAS QUE SE ESQUECEU DE BUSCAR)


Lembro-me de haver assistido esta cena de Blade Runner no início da década de 80. Eram os dias em que inciava minha jornada dentro do cristianismo. Época em que havia decidido viver para o Criador através de uma fé que se me apresentava como verdadeira. O cristianismo nos faz amar a verdade. E que verdade. A verdade referente a você e eu. A verdade que diz respeito ao propósito para o qual fomos criados. O sentido de uma vida na qual haveremos de um dia de nos separar de tudo o que amamos na Terra.

A fé cristã fez-me emergir de 20 anos de escuridão, alienação e ausência de significado para viver. Esta trágica realidade não havia até então sido sentida por mim em toda a sua extensão. Foi Cristo quem me mostrou todo o horror da vida sem resposta para a questão da morte.

Sim amigo, mais algumas horas, mais alguns dias, mais alguns meses, mais alguns anos, e se espalhará pela sua cidade a notícia de que você morreu. O lugar onde você mora ficará vazio de você. Quem ficará com seus objetos pessoais? O que será das pessoas que você ama? Que será feito da sua memória? Aí está você, lutando, sonhando e vivendo, mas quanto tempo lhe aguarda? Que sentido tem o que você faz, se tudo terminará num túmulo?

As perguntas desta cena são as perguntas que todos deveríamos estar fazendo. Mas, por algum motivo vivemos como se fôssemos eternos. Não fazemos perguntas para a vida. Não a examinamos. Simplesmente nos submetemos à vida que nossos pais, professores, gente famosa que admiramos e a cultura do nosso país determinaram que vivêssemos. Vivemos sem fazer perguntas. Escravos do momento. Dedicando-nos àquilo que na hora da nossa morte não nos trará consolação alguma.

Acaso você pensa que o homem pode considerar que aprendeu a viver sem que tenha antes aprendido a morrer? Lá está você com os que ama na poltrona da sua sala. O aconchego do lar. O abraço dos filhos, o carinho do cônjuge, e aí vem a pergunta capaz de botar fel nos nossos mais estimados momentos de felicidade: até quando?

Examine este vídeo. Deixe-o atingir. Se ele deprimi-lo, melhor. Foi de um depressão como esta que um dia eu emergi para viver apenas para Cristo e não colocar minha afeições num mundo como esse. Até hoje faço meus sermões ouvindo a trilha sonora de Blade Runner. Ela me faz lembrar do quão essencial Cristo é para mim, e do quanto é frio lá fora.

"... para que, por sua morte, destruisse aquêle que tem o poder da morte... e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida" (Hebreus 2: 14-15).

Obs. Não deixe de examinar o vídeo abaixo. Nunca o cinema traduziu de forma tão dramática e real o horror da vida sem Deus. Sem Deus "Todos estes momentos ficarão perdidos no tempo como lágrimas na chuva". Sim, tudo o que você produziu e sua própria vida desaparecerão confundindo-se com o pó. Se um asteróide se chocar com este planeta e destruir todas as nossas obras de arte, todos as nossas composições musicais, todos os romances que escrevemos, enfim, se fizer virar poeira tudo o que existe, não restará ninguém do lado de fora para chorar. Apenas a "desatenta frieza surda do cosmos". Mas, não escreveria estas linhas se acreditasse que o acaso tem a última palavra. Não há sentido em tentar convencer as pessoas de que a vida não tem sentido. Se creio que nada tem sentido por qual motivo haveria eu de tentar tirar as pessoas da alienação? Há sentido nisto se nada tem sentido? Escrevo porque Cristo ressuscitou. Em Cristo o universo não me amedontra. Lá, na periferia do sistema solar, após o último planeta, ou para além de todas as galáxias, está aquele cujo ser não pode ser contido pelo céu dos céus. E que ama a você e a mim. Ele nunca permitirá que o ser e obras do seu amado povo caiam no esquecimento.

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