segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O DEUS DOS GREGOS E O DEUS DOS HEBREUS

Passei os útimos dias estudando filosofia grega. Vim dos pré-socráticos até Aristóteles. Espero amanhã terminar, com os estóicos e os neo-platônicos. Duas coisas me chamaram a atenção nestes estudos, à luz da excelente história da filosofia de Frederick Copleston: a primeira, minha profunda identificação com estes homens, especialmente, Sócrates, Platão e Aristóteles, na busca apaixonada pela verdade - "uma vida não examinada não é digna de ser vivida", "a filosofia nasce do espanto". Sinto-me mais próximo desses homens do que daqueles que fazem parte da minha geração - homens e mulheres mais preocupados com o próximo lançamento de telefone celular do que com o sentido da nossa curta, dura e incerta existência.

Contudo, minha conexão com o passado encontra-se mais em Jerusalém do que em Atenas. Causa-me constante perplexidade, nas ocasiões em que separo tempo para estudar filosofia grega, a falta de encanto por Deus, de expressões de amor pelo Criador, de um conceito de providência e de um Ser para quem eu possa dizer: "eu o amo", e isto ter sentido para Ele e para mim.

Não há salmos na filosofia grega. Eles falam do demiurgo (este agente intermediário da criação), do movedor inamovível, do logos (a razão universal), do Bem, mas não há uma só orientação litúrgica. Não há paixão. Você correrá toda a filosofia grega e não encontrará nada parecido com: "O pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si onde acolha os seus filhotes; eu, os teus altares, Senhor dos exércitos, Rei meu e Deus meu".

Conclusão: aquilo sobre o que os gregos falavam, os hebreus viam.

2 comentários:

  1. Antonio, os mundanos tem atacado a cristantadade, dizendo que o Deus da Bíblia é efusão de outros deuses, que o Deus Vivo é falso. O que você tem a dizer.

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  2. O que tem Atenas a ver com Jerusalém?

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