AS ÚLTIMAS 72 HORAS
Não está sendo fácil manter o ritmo de trabalho com o meu atual estado de saúde. Nada grave. Não se trata de um espinho na carne. Acredito que a agenda, somada à chuva que tomei no protesto de segunda-feira retrasada em Copacabana, arruinaram comigo. Caí de cama com uma virose que deu ensejo à minha crise anual de sinusite. Contudo, não pude parar.
Domingo preguei duas vezes na minha igreja. Procurei falar sobre a base bíblica para a atuação da igreja ao lado da sociedade não cristã na luta pela defesa dos direitos humanos. Procurei dar ênfase ao conceito calvinista de graça comum. Esta ação do amor de Deus mediante a qual o não cristão torna-se capaz de enriquecer a vida dos seres humanos das mais diferentes formas - no campo da arte, da ciência, da tecnologia, da literatura, e assim por diante.
Terminei a segunda pregação sem voz. Fui dormir me sentindo bastante mal. Mas, veio a segunda-feira e com ela uma reunião ao ar livre na praia de Copacabana para definirmos os rumos do Rio de Paz e realizarmos o protesto contra a violência que fazemos toda segunda-feira em frente à Avenida Princesa Isabel. Foi um momento riquíssimo. Cristãos e não cristãos juntos, lutando pela vida.
Hoje participei de um protesto em frente ao fórum do Rio, que foi realizado pelo Gabriela Sou da Paz, dos meus caríssimos Santiago e Cleyde, pais da Gabriela, que foi morta no metrô da Tijuca no ano de 2003, com um tiro no coração, quando tinha apenas 14 anos.
Agora, estou retornando para a leitura de um livro que está me agradando imensamente: Cidadania no Brasil, de José Murilo de Carvalho. Ele fala sobre a história dos direito civis, políticos e sociais do povo brasileiro. Na verdade, um histórico de indiferença e desrespeito à vida. Parece que no nosso país nunca houve na prática um contrato social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário