terça-feira, 9 de janeiro de 2007

RIO DE PAZ


O Rio de Paz nasceu no início do ano de 2007 a partir do sonho de alguns pastores e membros de igrejas protestantes de organizar a sociedade civil para o combate à violência urbana no Rio de Janeiro.
Sendo assim, trata-se de um movimento que deve sua origem a um segmento da sociedade brasileira dos mais fáceis de ser mobilizado para a ação. Os cristãos protestantes brasileiros além de se reunirem regularmente para o estudo das Escrituras e o culto a Deus, o que facilita enormemente a comunicação, carregam no coração fatores predisponentes para o envolvimento com a luta pelo valor da vida, tais como amor pelos seres humanos, senso de justiça e zelo pela glória de Deus, produzidos pelo contato com o conteúdo do evangelho de Cristo.
Como o problema da violência urbana diz respeito à sociedade como um todo, a comunidade protestante tenciona chamar os demais cidadãos do Rio de Janeiro, independentemente da visão de mundo que tenham, mas que de igual modo se importam com o próximo, a se envolverem na luta pela preservação da vida.
Nunca a santidade da vida foi tão fortemente ultrajada como nestes dias em que um rio de sangue tem sido jorrado na nossa cidade. Milhares de pessoas assassinadas. Pais com os cabelos grisalhos antes do tempo por terem enterrado filhos amados. Homens e mulheres que tentam voltar a encontrar energia para viver após a perda de parentes e amigos, mortos por pessoas que fazem parte de uma geração que entrará para a história do Rio de Janeiro como uma das mais malvadas e desalmadas.
Teólogos e pregadores do passado costumavam falar dos seus púlpitos sobre os pecados de comissão e os pecados de omissão. O primeiro significando a prática ativa do mal, e, o segundo tendo o sentido da omissão na prática do bem. Parece que nossa sociedade apenas acredita nos pecados de comissão. Ela é capaz de chamar os crimes que se praticam de pecado. Ao mesmo tempo, contudo, não é capaz de perceber que aos olhos do Criador santo peca aquele que se recusa a praticar o bem. O silêncio dos cidadãos da nossa cidade é criminoso. Os cadáveres estão expostos a céu aberto e não sentimos nada. Pessoas descem à sepultura em meio a agonia da família e não nos sensibilizamos. Perdemos a alma.
O Rio de Paz tenciona avivar a consciência dos cidadãos do Rio de Janeiro e ajudar a sociedade a se organizar a fim de trazer de volta justiça e paz a nossa cidade. Inicialmente tencionamos fazer as seguintes coisas:

1. LUTO PELO RIO. Trata-se de protestos públicos na Cinelândia a fim de expressar solidariedade as famílias enlutadas e clamar por justiça e paz na nossa terra. As pessoas são chamadas a participar vestidas de camisa preta e com velas acesas na mão no propósito de exprimir tristeza de uma forma solene.

2. MARCO DA BARBÁRIE. No dia nove de fevereiro de 2007 criaremos um símbolo que todos possam ver e que traga a memória do povo que a violência na cidade do Rio de Janeiro está dentro da esfera do inaceitável e do absurdo. Este sinal só será retirado quando o nível da criminalidade após um ano baixar a números que sejam compatíveis aos encontrados em cidades civilizadas, neste mundo de trevas em que vivemos. Quando este dia chegar, não mais vestidos de preto, mas sim de branco, celebraremos numa grande festa a vitória da vida sobre morte.

3. ARAUTOS DA PAZ. Estes agentes da paz terão como objetivo fazer manifestações públicas inteligentes no minuto seguinte aos crimes ocorridos e que causaram grande comoção popular. O alvo é mostrar que a sociedade não está mais apenas a ler jornal.

4. VOZ DA CONSCIÊNCIA. Estamos certos de que este estado de coisas no Rio de Janeiro deve-se ao fato da consciência da população estar adormecida. Se os cidadãos desta cidade se levantassem a uma só voz não veríamos tantos cariocas mortos nas nossas ruas, praças, valas e esquinas. Por isto temos como alvo fazer um grande trabalho de avivamento de consciência através de mensagens escritas, pregações, outdoors, conferências entre tantos outros meios mais que esperamos usar.

Certamente muitos poderão se levantar chamando o que está sendo feito de romântico, inócuo ou amador. Bom, o que temos a dizer é que estamos arrependidos do nosso silêncio e omissão. E, agora emergimos de anos de indiferença a fim de fazermos alguma coisa. É isto que pensamos que podemos fazer. É isto que faremos com a ajuda dos céus.
Que o Deus Santo esteja conosco e um Rio de paz flua no lugar do Rio de sangue.
Pastor Antonio Carlos Costa
Presidente do Movimento Democracia Viva e Rio de Paz
Pastor da Igreja Presbiteriana da Barra

Um comentário:

  1. Convido os integrantes do Rio de Paz, bem como do Palavra Plena, a visitar o portal www.brasilzero.eti.br. Lá está uma proposta capaz de acabar com a violência urbana.
    Gostaria de saber vossa opinião a respeito.
    Saúde & Paz
    Daniel
    e-mail: tches@oi.com.br

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