quinta-feira, 5 de abril de 2007

APELO À IGREJA

Não há ser humano mais apto a conhecer as demandas em favor da justiça e o coração de Deus do aquele que anda com Cristo. Este tem o Espírito e conhece a sua Palavra. É de se esperar que nós cristãos sejamos sensíveis à voz daquele que chama os homens para emendarem seus caminhos, especialmente nas ocasiões em que uma sociedade inteira precisa se arrepender por estar sob a indignação Divina.
Deus está descontente com o Rio de Janeiro. Em menos de três meses mais de 1000 cidadãos cariocas tiveram sua vida quitada mediante homicídio. O sangue dessas pessoas está clamando. Tudo o que Cristo nos ensinou, nos leva a crer que Deus chama sua igreja para que se arrependa do seu silêncio e proclame dos eirados o que os profetas, apóstolos, reformadores e o próprio Cristo proclamariam se estivessem entre nós. Amigos e irmãos, 1000 assassinatos em menos de três meses é demais. Não consigo imaginar americanos, ingleses, franceses, entre outros, convivendo pacificamente com toda esta barbárie, tal como nós convivemos.
O Rio de Paz (nascido no coração de crentes cariocas) tem como proposta organizar eventos inteligentes e pacíficos que chamem a atenção da sociedade e das autoridades públicas para o desrespeito à santidade da vida no nosso Estado. Organizamos recentemente um evento que foi notícia no mundo inteiro – as 700 cruzes de Copacabana, pois até aquele dia este era o número de homicídios ocorridos no nosso Estado no ano de 2007. Agora, para não deixarmos passar em branco a morte de mais de 1000 seres humanos na nossa terra, estamos organizando para o próximo sábado (07/04) um outro ato público. Mais uma vez no nosso cartão-postal principal – a praia de Copacabana. Só que desta vez, faremos diferente – 1000 cariocas se deitarão no calçadão durante meia hora, a fim de ajudarem à população a compreender, como seria se todos os mortos desses primeiros meses de 2007 tivessem os seus corpos postos num mesmo lugar lado a lado. O que todos haverão de perceber é a quantidade absurda de gente que foi morta nos últimos dias.
Estamos contando com a ajuda das igrejas. Muitos perguntam: “Mas, uma coisa como essa surte algum efeito?” Creio firmemente que sim. Povos em várias partes do mundo agem dessa forma. Não temos alternativa. Fora o que estamos fazendo, restam-nos como opções – ficarmos em casa (o que não muda o quadro de terror), ou, então, pegarmos em armas (o que é contra as Escrituras que nos chamam para nos submetermos às leis e as autoridades constituídas por Deus). Entenda, contudo, que nem sempre a igreja faz o que faz por causa dos resultados práticos que irá colher. Muitas vezes a igreja age para cumprir o seu papel profético na história, mesmo que sua profecia não seja ouvida pelos homens. Em muitas ocasiões, o que ocorre, é a igreja “ficar livre do sangue deste justo” mediante a proclamação da verdade de Deus. Após declarar a verdade, “sair sacudindo o pó dos seus pés”. Nosso silêncio nos incrimina. Ficar calado numa situação como essa é tornar-se sujeito a ser julgado por Deus por omissão e conivência. Nenhum pragmatismo justifica a igreja deixar de oferecer sua garganta a Deus para que Sua verdade seja tornada pública. Alemães na Segunda Grande Guerra pecaram por terem se silenciado em face do surgimento do Nazismo. Milhares de judeus foram mortos. Campos de concentração se espalharam por todos os lados. Hoje, nossos campos de concentração são nossas ruas, vielas, morros, praças e esquinas, nos quais cidadãos cariocas estão sendo sentenciados à morte sem ter quem faça resistência a esses malvados que um dia serão inapelavelmente julgados por um Deus que é justo em todos os seus caminhos.
Por isso, eu peço a você que é irmão na fé: esteja conosco nesse sábado. A partir das 8 h da manhã estaremos reunidos no posto 6 de Copacabana. Venha vestido com uma camisa preta, traga seu protetor solar, uma garrafa de água e alguém da sua amizade que possa participar. Tenho certeza que esse protesto será notícia no Brasil e no mundo, e, muitos haverão de saber, que quem deitou naquele calçadão para profetizar e clamar por justiça, assim o fez, por conhecer a Cristo.

Antonio Carlos Costa
Rio de Paz

2 comentários:

  1. Pastor, estarei lá e se ninguém "furar" comigo, levarei mais 4.
    Acredito que se todos forem às ruas, teremos êxito na redução dos índices, é uma forma de pressionar as autoridades em fazer algo.
    Só uma questão: são 1.000 cariocas assassinados, ou cariocas e fluminenses (o que não deixa de ser uma grande tragédia na mesma!)? A estatística é do estado do Rio ou só da cidade?

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  2. Pastor, todo meu respeito ao senhor! Sou católica e confesso tinha (ou tenho?) alguma restrição aos protestantes por alguns motivos (essa pregação de que "se Deus te ama peça uma prova desse amor", "faça um teste com Deus", "peça um carro a Deus", "peça uma empresa a Deus", "use a aliança vermelha e arrume um marido", "use o óleo de Gericó e prospere na empresa", como se Deus fosse apenas sucesso material, etc)mas conhecer algumas pessoas como o senhor e as pessoas que lhe acompanham me deixou muito muito muito feliz!!! O senhor é um homem de Deus e dá para ver isso!! Eu desde que conheci tua obra no Rio de Paz tenho pedido diariamente em oração pelo senhor e por todos os que o apoiam!O senhor tem uma formação sólida, dá para ver isso, espiritual e intelectualmente falando. Gostaria muito de um dia assistir um culto em sua igreja e levar minha família. Onde fica? Obrigada pastor pelo teu trabalho e pela tua perseverança na construção de um mundo melhor.

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