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Movimento Rio de Paz pede posicionamento dos governos estadual e federal em mais um protesto cívico
Ato público chamará a atenção para dado alarmante: 4 mil assassinatos ocorrerão no próximo semestre no Estado do Rio
O Rio de Paz prepara-se para um dos atos públicos mais importantes desde sua fundação no início de 2007. Em vez de denunciar o que aconteceu,como das vezes anteriores, anunciará o que está para ocorrer. O protesto, que está sendo chamado de “Os 4.000 que estão para morrer: quem os salvará?”, emitirá um sinal de alerta sobre o que poderá acontecer no 2º semestre de 2008, caso o Governo não tome providências emergenciais na área da segurança.
Representando a estimativa de assassinatos no Estado do Rio nos próximos seis meses (projeção feita a partir dos números do ISP e CESEC), 4.000 balões vermelhos (biodegradáveis), contendo gás hélio, serão fixados nas areias de Copacabana, nesta sexta-feira, simbolizando o sangue dos cidadãos que estão para morrer até final de 2008.
Os organizadores da manifestação, que acontece das 6h às 11h, exigirão um posicionamento das autoridades públicas sobre o iminente massacre humano. O Manifesto pela Redução de Homicídio no Brasil, que já conta com mais de dez mil adesões, será encaminhado ao secretário de segurança e ao governador do estado do Rio de Janeiro.
O Estado do Rio tem enfrentado o drama de enterrar anualmente 8.000 pessoas vítimas de homicídio. Se somarmos a essa estatística o número de cidadãos fluminenses assassinados, mas que constam na lista de desaparecidos (4.633 no ano passado), essa cifra pode chegar a mais de dez mil homicídios.
Policiais e pesquisadores no campo da segurança pública têm afirmado que, provavelmente, cerca de 70% dos casos de desaparecimento resultam de assassinatos. Isso significa que até o final do ano pelo menos quatro mil seres humanos terão a vida ceifada de uma forma ou de outra no Estado do Rio.
“A maior necessidade de quem governa um estado como o nosso é humildade para admitir o fato de que é impossível dar um fim aos crimes que nos envergonham sem o apoio da população e do governo federal. Há uma justificativa moral, em razão de tão elevado número de mortes por assassinato prestes a acontecer, que se discuta uma forma de a curto prazo impedir esse massacre de vidas humanas. Um país que vem de um passado recente de casos de desaparecimento em razão de perseguição política, não pode lidar de modo impassível e indiferente com o mesmo tipo de crime no presente. Em que vala, lagoa ou cemitério clandestino estão esses cariocas e fluminenses desaparecidos? Quantos foram incinerados por bandidos? Casos como o do Morro da Providência, ocorrem numa extensão obscena no nosso Estado, com a diferença de não serem elucidados.”, afirma Antonio C. Costa, presidente do Rio de Paz.
Serviço
Evento: “Os 4.000 que estão para morrer: quem os salvará?”
Data: 27 de junho (quinta-feira)
Local: Praia de Copacabana – Em frente à Av. Princesa Isabel
Horário: das 6h às 11h
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